
12 de outubro de 2017 | Agência Up

Banca da Poesia
Com a chegada da internet, temos acesso a informação de forma fácil, rápida e gratuita. Por muitos anos as bancas de jornal eram os únicos pontos de informação. Mas, a era tecnológica dominou a área da comunicação e assim muitos consumidores de jornais, revistas, e conteúdos impressos passaram a ter acesso a esses conteúdos de forma digital. Observando isso, o grupo Banca da Poesia criou o projeto de reinventar o espaço: para reinventar as bancas de jornal e manter esse ponto de informação, o grupo organizou um sarau na banca trazendo convidados para divulgarem seus livros e CDs, com outras propostas de informações, não apenas o jornal. O que deu muito certo! Mais de 50 pessoas participaram, trocaram informações, debateram e se agruparam ali na banca de jornal, coisa que não é comum de se ver nos dias de hoje. De fato, essa era a ideia central do coletivo Movimento Aliança da Praça (MAP). Foi com esta proposta que o grupo Banca da Poesia entrou para a história do VAI.
Essa é uma iniciativa válida para a população do bairro, onde projetos como esse criado pelo Banca da Poesia são realizados, agregando conhecimento, contato com outros tipos de culturas, quebrando paradigmas de que o jovem com menos recurso não se interessa em buscar conhecimento, e não têm acesso as informações dos diversos assuntos.
Segundo Rafael da Silva Carnevalli, 28 anos, integrante do (MAP) e também integrante do grupo Banco da Poesia, o grupo foi contemplado no ano de 2016 pelo VAI. O grupo tomou conhecimento desse edital por meio de coletivos mais antigos do bairro onde moram que já tinham sido contemplados e os informaram sobre as políticas públicas e a necessidade dos grupos de lutarem por esse direito público. O MAP possui sua roda do sarau, totalmente gratuito, que tem como objetivo trazer diversidade cultural e artística, como poesia, música, dança, teatro, fotografia, e skate entre outros.
Durante cinco anos, quando o coletivo MAP ainda não tinha conhecimento do VAI, tinham despesas com alimentação, gasolina, transporte, e cachê de artistas. O que era desvantajoso para cada integrante, ao invés de estarem ganhando pelo trabalho, estavam investindo recursos próprios para manter o coletivo. E ainda assim, agora, com o dinheiro do projeto, existe a falta de verba para realizar um projeto em oito ou dez meses.
A cada evento realizado pelo Banca da Poesia, um jovem ou um idoso abraça esse projeto. Antes de tornar-se um ponto de arte, a banca de jornal era frequentada apenas por pessoas que eram clientes a muito tempo; com os eventos realizados o numero de pessoas que frequentam bancas de jornais aumentou, conseqüentemente as vendas de livros aumentaram e os jovens se interessam mais em ter acesso a banca de jornal. Segundo depoimento de Vitor Guilherme Assis de Almeida, 34 anos, morador do bairro onde é realizado o evento, antes o público era de pessoas com idade em torno dos 30 aos 60 anos, depois que os projetos vieram a ser realizado o público se alterou para pessoas com idade entre 18 a 30 anos.
Criado pela lei 13.540 e regulamentado pelo decreto 43.823/2003, o programa Valorização de Iniciativas Culturais - VAI, que ajudou o MAP, tem por objetivo apoiar financeiramente, através de atividades culturais, contribuições financeiras, em especial para jovens de baixa renda, municípios com menos recursos e equipamentos culturais. O VAI promove a inclusão social, incentiva a criação, o acesso ao conhecimento e a formação de pequenos produtores de desenvolvimento cultural do município.
Os recursos são disponibilizados em até três parcelas pela Secretária Municipal de Cultura, os grupos, coletivos contemplados são selecionados pela equipe do programa e a comissão de avaliação que analisam os perfis dos inscritos, selecionam, aprovam e divulgam o resultado dos contemplados, acompanhado a caminhada de cada projeto.
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